Manifestantes se reuniram em frente a agências do Santander para protestar contra “metas abusivas que aumentam a cada dia” impostas pelo banco e contra demissões, de acordo com o sindicato de bancários. Nas redes sociais, a hashtag #SantanderRespeiteOBrasil está entre as mais comentadas no momento.

De acordo com o Sindicato dos Bancários e Financiários de São Paulo, Osasco e Região, 30 pessoas foram demitidas nas últimas semanas. O banco não confirma. “O Santander apresentou lucro de 3,8 bilhões de reais nos primeiros três meses do ano e está demitindo. Outras tantas empresas não tiveram lucro e estão segurando os empregos, pois sabem que o país enfrenta uma pandemia e uma grave crise econômica”, diz Ivone Silva, presidenta do sindicato. “Achamos isso um desrespeito.”

Em nota à EXAME, o Santander disse que fez parte do movimento de empresas chamado Não Demita, mas que o compromisso valia até o final de maio. “Em paralelo, como parte da gestão de qualquer negócio, a liderança do banco iniciou um processo de reavaliação do nível de produtividade de suas equipes, que deve ser contínuo em uma empresa que busca manter o melhor nível de eficiência da indústria. O movimento é necessário para fazer frente a um entorno muito mais desafiador, além da necessidade de navegar com eficácia em um ambiente de arquitetura aberta, trabalho em rede e busca incessante de níveis de automação ainda mais contundentes”, diz o comunicado, sem especificar o número de demitidos.

No início do mês, o jornal Folha de S.Paulo chegou a publicar que o Santander preparava a demissão de cerca de 9,4 mil funcionários no Brasil, o que representa cerca de 20% do quadro de empregados da instituição no país. O banco negou a informação.

“O Santander faz publicidade para tentar se fazer de bonzinho. Temos que mostrar que não é bem assim”, diz o secretário de assuntos socioeconômicos e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) nas negociações com o banco, Mario Raia, em nota. “Temos que mostrar que, mesmo durante a pandemia, os funcionários estão sujeitos ao cumprimento de metas abusivas, que aumentam a cada dia. E quem não as cumpre é demitido”, afirma.

Fonte: Exame