O Itaú Unibanco anunciou nesta quinta-feira (17) a abertura de um Programa de Desligamento Voluntário (PDV) para todas as empresas controladas exclusivamente pelo Itaú Unibanco Holding no Brasil. Segundo o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), “o programa envolve um grupo restrito de colaboradores elegíveis e tem como objetivo dar aos interessados em deixar o banco a oportunidade de uma transição de carreira segura”.

O Itaú informa que, para aderir ao programa, os colaboradores devem se enquadrar em um ou mais critérios, como estar afastados por um período superior a 30 dias, ter mais de 60 anos e atuar em determinados cargos em áreas que terão sua estrutura adequada à realidade do mercado. “A adesão ao PDV é totalmente voluntária e oferecerá pacotes que incluem o pagamento de salários adicionais e a manutenção de alguns benefícios por período determinado”, diz o Itaú.

Ainda segundo o comunicado, os funcionários elegíveis poderão aderir ao PDV a partir do final de março de 2022. “Após o encerramento do período de adesão, os impactos financeiros e o número de funcionários que tiverem aderido ao PDV serão divulgados ao mercado”, diz o banco.

O Itaú Unibanco informa ainda que o PDV “não afetará a qualidade e a disponibilidade de seus serviços aos seus clientes”.

O PDV anunciado hoje pelo Itaú visa atender demandas de um público específico dentro do universo de funcionários e não tem o objetivo de reduzir a folha de pagamento, segundo uma fonte a par do assunto. Não há detalhes sobre o tamanho do público elegível, mas a ideia é que, tanto em condições como em nível de adesão, esse PDV seja parecido com o anterior feito pelo banco, em 2019.

O PDV de 2019 teve adesão de 3,5 mil funcionários, ficando em algo entre 30% e 40% do público elegeível, e na ocasião o Itaú registrou uma despesa não recorrente associada ao programa de R$ 2,4 bilhões. Desta vez, no entanto, o público elegível é bem menor. Tanto naquela ocasião como agora, os funcionários podem aderir a dois pacotes diferentes, sendo que a grande maioria acaba optando pela opção que permite manter o plano de saúde por mais tempo.

De acordo com o que o Valor apurou, alguns colaboradores elegíveis ao PDV estão em funções que foram sendo extintas com o tempo, outra parte já pode se aposentar aproveitando as regras de transição da reforma da Previdência e uma parcela grande é de funcionários com problemas de saúde, que acabam tendo estabilidade no emprego.

Em 2021, o Itaú elevou sua folha de pagamento em 3.058 funcionários, terminando o ano com 99.598 colaboradores no conglomerado. São 87,341 no Brasil e 12.257 no exterior. Do total geral, cerca de 14 mil estão nas áreas de tecnologia.

Fonte: Valor Econômico